Entre o término do primeiro livro da trilogia e o começo do segundo houve um espaço de mais de um ano mas o livro anterior ainda estava fresco na minha memória. Amada Imortal fora o livro que soprou um último fôlego sobre mim no que tangia a literatura infantojuvenil. Eu tive uma experiência horrível com a série Os Imortais da Alyson Nöel (que, por coincidência, tinham o mesmo tema) antes de ler a obra da Cate, que hoje é uma das minhas autoras preferidas.
No segundo livro, Nastasya está um pouco mais habituada morando em River’s Edge, conectando-se com sua magia e tentando entender o seu relacionamento com Reyn. Agora ela está conseguindo olhar pro seu passado e encarar todas as escolhas que fez, ver como cada uma teve papel essencial para estruturá-la.
Esse é um dos
encantos da escrita da Cate: o empenho que ela faz para desenvolver
um personagem. Mesmo num livro de 250 páginas, ela consegue
desenvolver a Nastasya de maneira eficiente e satisfatória.
“Fiquei sentada no carro um minuto “com meus sentimentos” – como Asher vinha tentando me ensinar –, coisa que eu odiava muito, de verdade. Tenho uma enorme habilidade em reprimir qualquer emoção. Mas ao que parece mesmo que você reprima uma emoção tão bem que acabe não percebendo tê-la, ela ainda está dentro de você.” pág.36
Mas
nem tudo são flores e como o próprio título do livro anuncia, as
trevas caem sobre Nastasya cruel e repentinamente. Essencialmente a
magia que os imortais produzem é negra, ou seja, retira a energia
necessária para realizá-la de seres vivos.
River’s Edge, além de ser um lugar onde imortais em apuros buscam abrigo, também é um lugar onde se ensina magia branca. Sendo ela herdeira de uma família poderosa de imortais, Nas luta duas vezes mais para não praticar magia negra. Não dá muito certo.
River’s Edge, além de ser um lugar onde imortais em apuros buscam abrigo, também é um lugar onde se ensina magia branca. Sendo ela herdeira de uma família poderosa de imortais, Nas luta duas vezes mais para não praticar magia negra. Não dá muito certo.
“Apenas algumas semanas atrás tive um vislumbre de esperança. Consegui contar as coisas que estava fazendo certo. Vi progresso, de verdade. O que tinha acontecido? Tudo parecia arruinado: meu tempo todo em River’s Edge, meus relacionamentos com todo mundo, minha magick, meu aprendizado… Eu tinha encarado tanta coisa: minha herança, meu passado, meu vazio. Encarei isso tudo, e para quê?”
Incy,
um amigo parasita da Nas, volta e se enrosca mais uma vez na
Nastasya. Ela fica com ele porque ele já é amigo dela há mais de
cem anos e, juntos, eles passaram por muitas coisas. Mas Nas sente a
diferença no amigo, ele está mais agressivo, mais das trevas e
resolve abandoná-lo mais uma vez.
Ela não consegue e ele acaba se revelando um aproveitador maníaco. No começo, ele nutria sim algum tipo de amizade por ela mas, com o passar do tempo, ele ficara do lado dela para sugar seu poder, literalmente.
Ela não consegue e ele acaba se revelando um aproveitador maníaco. No começo, ele nutria sim algum tipo de amizade por ela mas, com o passar do tempo, ele ficara do lado dela para sugar seu poder, literalmente.
Há
um sequestro, uma sequência de mortes e um resgate. Reyn e Nas se
entendem melhor e resolvem usar o passado conturbado dos dois para
pavimentar o futuro que estava se abrindo para eles. No final, para
mim, Incy acabou se tornando dois marcos importantes para a Nas: o
primeiro ocorreu quando ele usou a magick dele para cometer um ato
vil e isso meio que despertou-a e o segundo se deu quando ele a
sequestra e mostra quem realmente ele fora. No final ela acaba
aceitando sua ascendência – assim como o Reyn – e incorpora o
nome Lilja (o nome dado a ela há 450 anos, o primeiro) ao que,
agora, é Nastasya.