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DESDE 2017 • QUANDO A VIDA ENCONTRA A LITERATURA.

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Sou a Amanda, tenho 22 anos, quase formada em Letras e sou apaixonada por música e livros. Sempre gostei de ler e sempre foi um sonho falar de livros. Seja bem-vindo ao meu cantinho!

Amanda

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A desconstrução de Mara Dyer, Michelle Hodkin





Foto: Livros Que Li.
Em uma noite qualquer, as amigas Rachel, Claire e Mara decidem jogar com um tabuleiro ouija. Era aniversário de Rachel e Mara foi convencida a jogar. Enquanto Claire tenta convencer Mara a jogar, Rachel decide fazer a primeira pergunta, afinal era o seu dia especial. A primeira pergunta que ela faz é: Como vou morrer? A peça ziguezagueia pelo tabuleiro e forma a palavra: M-A-R-A.


Mara Dyer acorda seis meses depois sem saber nem lembrar de nada. Ela logo descobre por sua mãe que passou três dias desacordada por conta de um acidente, um desabamento. A mãe explica que Mara fora encontrada em um bolsão de ar, no meio dos destroços do prédio Tamerlane, o local onde ela, Jude (seu namorado), Rachel e Caire tinham ido visitar. Elas decidiram ir até esse prédio muito velho e abandonado. O lugar tinha a fama de ser assombrado e corriam as notícias de que um garoto, ao explorar o local, foi morto ao ser esmagado por uma das grandes portas. Aparentemente, as meninas e Jude resolveram ir até lá para se divertir, mas tudo acabou desabando. E a única sobrevivente foi Mara.

"Meu nome não é Mara Dyer, mas meu advogado disse que eu precisava escolher alguma coisa. Como pseudônimo. [...] Sei que ter um nome falso é estranho, mas confie em mim: é a coisa mais normal a respeito da minha vida no momento."


Para tentar esquecer do desastre e ajudar Mara a superar seus traumas, a família decide se deslocar e morar em outra cidade. Então, eles saem de Rhode Island e vão para a Flórida com a esperança de encontrar dias mais pacíficos e um clima mais diferente. Mara tem um irmão mais velho e um mais novo, Daniel e Joseph, respectivamente.

Ela e Daniel são matriculados em uma escola super renomada do local e Mara terá de lidar com toda aquelas coisas de lugar novo/pessoas novas, fazer novos amigos etc. Nessa nova escola, ela conhece um dos garotos mais bonitos e misteriosos do lugar, ele se chama Noah Shaw. E ela também faz amizade com Jamie, um garoto bissexual, negro e judeu que será o seu melhor amigo no meio dessa história toda.

O ruim é que logo de início ela percebe que não pode fugir do seu passado, não pode ignorá-lo. Ela começa a ter visões, começa a ver Jude em um dos corredores da escola e Rachel em seu reflexo no espelho. E para quem ela vai desabafar sobre esses problemas, se até mesmo seus pais pensam que tudo são alucinações por conta da fase depressiva e do estresse pós traumático?

Mara Dyer vai tentar fazer de tudo para se lembrar do que realmente aconteceu naquela noite e lutar contra os seus demônios, mesmo que tenha que fazer isso sozinha.

MINHAS IMPRESSÕES

Esse foi um dos livros que li em setembro e que não me arrependo de ter lido. Na verdade, eu não só li apenas A desconstrução de Mara Dyer, bem como todo o resto da trilogia em menos de uma semana. Porém, esse post aqui é a resenha do livro um, então eu vou falar só do livro um.

"E era verdade que eu não era louca. Era uma criminosa."

Sabe quando você tem uma pilha de livros para ler e resenhar, mas ao invés de cumprir suas responsabilidades, você acaba pegando um dos livros que você não tem fisicamente e que não estava na sua lista de leituras? Pois é, foi assim que eu comecei a ler a trilogia e, precisamente, A desconstrução de Mara Dyer. Eu já tinha ouvido falar sobre esses livros no twitter e sério, eles tem um fandom (grupo de fãs) gigantesco. Eu metida por lá acabei lendo comentários sobre como era maravilhoso, sobre um tal de Noah Shaw que até então eu não conhecia e blá-blá-blá. Foi assim que simplesmente eu me convenci a mergulhar na história e enfim conhecer a tal de Mara Dyer (que eu acho um nome bem bonitinho, aliás). A partir daí você percebe o dom persuasivo das pessoas naquela rede social, não é mesmo?

Foto: Livros Que Li.
Eu posso dizer que, de início, eu experimentei muitos sentimentos lendo o primeiro livro. A desconstrução de Mara Dyer foi um livro perfeito, cheio de mistérios e suspense. E terror. Mas não é aquele terror anunciado, é algo que a escritora soube inserir nos cantos da história e colocou durante a narrativa com o intuito de fazer com que o leitor se sentisse encurralado e sufocado. Foi exatamente assim que eu me senti em boa parte do livro (e posso dizer que nós outros dois também), porque chegou uma hora em que eu não sabia se eu poderia ou não confiar na Mara, ela tem tantas alucinações que eu já não sabia o que era real ou não.

"Eu estava sendo observada. Em todos os lugares."

O livro tem um tema secundário muito profundo. Ok, o nosso objetivo principal é descobrir o que aconteceu com a Mara para ela acabar do jeito que ela está, o que aconteceu com seus amigos e o que será daqui para frente, a partir do momento em que ela acorda no hospital depois do desabamento. Mas outros pontos que me chamaram atenção foram o TEPT (transtorno de estresse pós traumático), os transtornos mentais e como eles afetam a sua relação com os pais e as pessoas que ela vai conhecendo na nova escola. Tudo isso faz com que o livro fique um pouco confuso, mas isso se você não prestar atenção ao que está acontecendo. A Michelle Hodkin soube colocar esses pontinhos para futuramente explicá-los nos próximos dois livros.

A caracterização dos personagens é admirável. Eu me senti amiga dos irmãos da Mara de um jeito que eu queria proteger todos. À medida que a Mara Dyer vai se relembrando das coisas que aconteceram na noite do acidente, a narrativa vai ficando cheia de flashbacks, alucinações e sonhos que a personagem principal tem enquanto está sob o efeito de remédios para dormir. Os irmãos, seus pais e Jamie, o único amigo que ela tem da escola, tentam ajudá-la no decorrer da trajetória, mas parece que quanto mais eles tentam fazer isso, mais ela se isola e não consegue compreender seus sentimentos e seu passado.

"Amava minha mãe, de verdade. Ela era devotada. Era amorosa. Mas no último ano, tornara-se dolorosamente presente."

O Jamie, apesar de em boa parte da história não saber o que é que está acontecendo, consegue ser muito engraçado. Eu ri horrores com as referências nos diálogos dele e deu até vontade de ter um amigo assim que te faz rir nos momentos mais difíceis. Além disso, Jamie é um personagem secundário bem representativo e relevante dentro da trama, então por isso o livro ganhou mais um pontinho comigo.

Mara Dyer é uma personagem forte, que me deixou louca durante a maior parte dos capítulos, mas eu me apeguei tanto, senti tanta empatia por ela. Você pensa em uma personagem forte que eu grito Mara Dyer, porque ela é muito forte, sim. Ela pensa por si e toma suas próprias decisões, apesar de ficar um pouco perdida com as alucinações, parece que ela nunca desiste de tentar se entender.

E Noah Shaw. Noah Shaw não é apenas um personagem, é um anjo. É claro que tem todo um quê romântico na história e é lindo. Eu considero que a autora soube colocar um pouco de tudo na trama, pelo menos nesse primeiro livro. A Mara não se transforma em uma adolescente completamente chata repentinamente quando o conhece, não. Na verdade, ela começa a se mostrar madura nas suas decisões e meio que ela ganha um alguém para falar sobre os seus problemas de forma mais íntima, motivo pelo qual não vou revelar, pois eu considero um spoiler. O Noah Shaw é um personagem bem misterioso de início, porque não sabemos sobre quem ele realmente é e não sabemos muito sobre a família dele. Ele é, inicialmente, aquele cara que é desejado por todas as meninas da escola, arranjador de brigas, uma lista gigantesca de ex-namoradas. Uma coisa que é bem típica de livros nessa linha? Sim. Porém, a partir do momento em que o leitor descobre quem ele é, fica meio impossível não querer protegê-lo num potinho.

"Noah Shaw ainda era um mulherengo, um babaca, e ainda era, dolorosamente, areia demais para o meu caminhãozinho."

Eu tenho certeza que assim que eu terminar de escrever e publicar a resenha vão aparecer outros milhões de pontos que eu gostaria de ter falado, mas digamos que eu deixo isso para quem se interessou e ficou curioso para saber mais um pouco sobre essa história maravilhosa.

É um livro que te deixa jogado no chão e é impossível não correr atrás do segundo livro (A Evolução de Mara Dyer) para ler logo. A autora soube deixar o leitor super curioso sobre o destino desses personagens fabulosos e tem um plot twist que me fez dar uns gritinhos. Enfim, A desconstrução de Mara Dyer é um livro ótimo para quem gosta do gênero YA - sobrenatural. Eu saio recomendando para todo mundo, sim, porque mais pessoas precisam conhecer a escrita maravilhosa de Michelle Hodkin!

Saiba mais: sobre o livro | sobre a autora.


DADOS SOBRE O LIVRO:


Título: A Desconstrução de Mara Dyer (Mara Dyer # 1)
Autora:  Michelle Hodkin
Editora: Galera Record
Número de páginas: 378
Ano de publicação: 2013
Para comprar: (R$ 23,90 - AMAZON)
CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Um grupo de amigos... Uma tábua Ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente perturbada de Mara. (Fonte: Skoob)

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