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DESDE 2017 • QUANDO A VIDA ENCONTRA A LITERATURA.

Prazer em conhecê-lo!

Sou a Amanda, tenho 22 anos, quase formada em Letras e sou apaixonada por música e livros. Sempre gostei de ler e sempre foi um sonho falar de livros. Seja bem-vindo ao meu cantinho!

Amanda

What Read Next

Olhos de Jade, Andrea Marques



Título: Olhos de Jade
Autora: Andrea Marques
Editora: Amazon 
Número de páginas: 487
Ano de publicação: 2017
Para comprar: (AMAZON)

Classificação: 

*EXEMPLAR CEDIDO PARA RESENHA*


Antes de começarmos, devemos dizer que Olhos de Jade é a visão masculina de um outro livro da autora, o Amor de Cordel. Mas, é claro, com novos acontecimentos envolvendo a vida do protagonista Alexandre até ele encontrar e se envolver com a Carol. Ainda não tivemos a oportunidade de ler o Amor de Cordel, então não temos ideia de como a autora leva a narrativa sobre a perspectiva feminina, já que sob o ponto de vista masculino, a autora deixa a desejar.

Alexandre Bastos é um arquiteto bem sucedido, rico e tem a fama de galã. Mas para ele, tudo isso tudo perde certa importância ao conhecer Carol. Ela é uma terapeuta ocupacional com seus quase 40 anos e conhece o arquiteto logo após ele sofrer um acidente em uma de suas obras.

O plot consiste basicamente em Alexandre tentando conquistar Carol de todas as formas. Mas dentro disso tudo há alguns conflitos envolvendo não só os dois protagonistas, mas também parentes do Alexandre, como seu irmão Ricardo que têm certa inveja do arquiteto e faz de tudo para atrapalhar sua vida. Há ainda desconfianças e acidentes graves que colocam em risca o relacionamento de Alexandre e Carol.

A narração do livro é extremamente rápida e acontecimentos importantes tornam-se secundários e temas irrelevantes ganham uma importância desnecessária para o narrador, um exemplo disso é quando há uma festa inauguração de um prédio que ele desenvolveu – Alexandre é arquiteto – para o pai e ele vai acompanhado da Carol, já então sua namorada e toda sua atenção foca-se na Carol, deixando de lado o discurso do pai, o sentimento de realização pessoal por ter um projeto seu pronto e etc. Por um lado é bom, pois mostra o quanto ele ama a Carol; mas, por outro, mostra a narração rasa do livro.

Alexandre é o típico rapaz clichê de quase todos os livros eróticos (bem-sucedido, bonito, egocêntrico e tudo mais) e a Carol também encarna bem o papel piegas da moça tímida, realizada profissionalmente – mas que se sente acuada pela fortuna do homem – e a encarnação de uma musa que chama a atenção do protagonista logo de cara. Em suma, um é feito para o outro, pois descobrirão como amar (no caso do Alexandre) e a aprender a confiar nos outros novamente (no caso da Carol).

Às vezes, fica difícil de acreditar que o Alexandre tenha 28 anos e que a Carol, quase 40 pois as ações dos personagens os fazem parecer como dois adolescentes. Com menos de um mês de namoro, numa conversa com o seu melhor amigo Pedro, Alexandre solta uma frase que nos surpreendeu pela falta total senso. 

“ – Vou pedir a Carol em casamento.” pág. 104


Alexandre encarna também todos os estereótipos de um homem, branco, jovem, hétero e rico. Nós somos lembrados constantemente a facilidade que ele tem para conquistar alguém, da sua beleza estonteante e, sobretudo, a sua falta de tato quando recebe um não de uma mulher. Sua jornada para ganhar o coração da Carol mais parece uma tentativa ferrenha de conquistar a mulher porque o seu ego de macho conquistador foi ferido. 


Depois que eles se relacionam, o envolvimento dos dois se resume a sexo, brigas, pequenos problemas que tomam proporção desnecessária e atitudes infantis. Essa falta de química entre os personagens – que as cenas de sexo tentam compensar – fica evidente para o leitor. A paixão do Alexandre pela Carol é algo súbito, tão rápido que espanta com a falta de realidade. Não há o desenvolvimento do sentimento, é muito brusco e isso desacelerou o ritmo de leitura e o interesse pelo plot. 


Em meio a tanta infantilidade vinda de Alexandre, alguns personagens conseguem se opor a isso. Carol mesmo muitas vezes não aceita certas atitudes, se impõe perante aquela figura machista. Outro personagem que aparenta ter melhor senso que qualquer outro é Pedro, questionando sempre as atitudes precoces do melhor amigo, e tem ainda a sua prima Bia que é um princípio de uma badass.

Apesar de Ricardo ser um antagonista e muitas vezes atrapalhar o desenvolvimento daquele relacionamento, é interessante acompanhá-lo pois ele é detentor de muita atitude, e de uma personalidade forte, característica essa que deixa a desejar quando se fala dos demais personagens.

Um outro problema na narração são os trancos que os diálogos sofrem, quer dizer, a maneira forçada com que são introduzidos na narração. São brancos demais, os personagens não tem controles das suas palavras e, para quem está lendo, parece que os personagens estão apenas lendo algumas frases postas para ele, como se um deus ex-machina estivesse ditando as palavras. Não há sentimento.

Por fim, é necessário ressaltar que cada leitor tem um gênero diferente favorito para ler, e que a nossa intenção não é denegrir a obra e sim apresentar nossa opinião perante ela.

SOBRE A AUTORA:


"Escrever o meu perfil é uma tarefa árdua. Ainda mais quando eu prefiro é falar dos meus personagens… O Amor de Cordel sempre esteve na minha vida. Lembro que, um ano antes de começar a escrever, eu pensei em um dia remoto sentar e colocar no papel minhas ideias sobre a vida, as coisas que eu gostava, meus relacionamentos e até a minha experiência como terapeuta ocupacional. Até que esse dia chegou."






Escrito por
Wagner França e Vitória Tinôco



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