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DESDE 2017 • QUANDO A VIDA ENCONTRA A LITERATURA.

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Sou a Amanda, tenho 22 anos, quase formada em Letras e sou apaixonada por música e livros. Sempre gostei de ler e sempre foi um sonho falar de livros. Seja bem-vindo ao meu cantinho!

Amanda

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Um Passeio no Jardim da Vingança, Daniel Nonohay

A obra é dividida em 2 livros com duas partes cada e com capítulos de leitura rápida. Utilizando uma narrativa densa e perfeitamente humana, o autor mostra o ser humano, em toda a sua complexidade emocional, lidando com a tecnologia avançada de um futuro não especificado. E todo esse envolvimento fica ainda mais intenso pois o mundo jurídico serve como plano de fundo para a narrativa. 

Estando tão acostumado a consumir livros de ficção de outros países, o livro do Daniel serviu como um alerta para mim. Existem autores extremamente talentosos no Brasil, o que não existe é o investimento e a confiança das editoras neles. É triste. Mas, pensando bem, essa situação reflete muito como o próprio brasileiro se sente inferior em relação aos outros países. Não acreditamos em nós mesmos; afinal, tudo que rodeia a sociedade é reflexo dela mesma. 



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Além de ser um livro de ficção nacional, outro aspecto chamou muito minha atenção na obra: o mundo jurídico. Uma área de estudo tão complexa pois tenta acompanhar as nuances humanas. Eu, como um estudante de direito, tenho meus altos e baixos tentando me localizar nessa vastidão inexata. O próprio autor é um jurista, o que deu ainda mais verossimilhança a obra. 

A narração é em terceira pessoa, todavia foca-se em um personagem por vez; o tempo da narração não segue uma linha reta, a cronologia da obra é alterada para dar mais dinamicidade a obra e dar uns twists na narração. O autor não se foca muito em descrever o espaço físico da obra, até porque o que realmente importa é a complexidade latente das personagens. 

Todas as personagens são quadros perfeitos do que significa ser humano: uma constante inconstante, ou seja, você está sempre mudando mesmo ainda sendo você. O autor levanta duas ótimas reflexões com sua obra: com a evolução da tecnologia como o humano se comportará? A religião ainda servirá como balsamo para aqueles que buscam um alento divino? Essas duas questões estão me atormentando até agora, mesmo depois de ter terminado o livro há dias. 

O livro mostra muito bem a pré disposição que todo ser humano tem em ser corrompido e escancara a desconfiança nata que nós nutrimos por nós mesmos. Há algum tempo atrás, uma professora minha falou a seguinte frase: “A justiça não é cega, ela consegue ver muito bem”. E lendo esse livro, essa frase se firmava cada vez mais no meu cérebro a cada página que eu virava. Cada personagem tem o seu conceito de justiça porque todo o aparato jurídico-legal disponível é seletivo e discriminador, assim se monta o enredo do livro. 

Baseado nessa sensação de impunidade diante a algo mais forte, a narração mostra a corrupção dos homens, das organizações, dos sentimentos. A corrupção do homem. Na busca por justiça, muitos personagens cometem atrocidades e, como numa reação em cadeia, a vítima vai procurar justiça também. Justiça é só uma máscara para aquilo que a pessoa realmente busca: vingança.


DADOS

Título: Um Passeio no Jardim da Vingança
Autor: Daniel Nonohay
Editora: Novo Século 
Número de páginas: 301 
Ano de publicação: 2016 
Para comprar: (R$ 30,63 | AMAZON)
CLASSIFICAÇÃO: 

SINOPSE: Seja bem-vindo ao nosso futuro! As grandes cidades convivem com a divisão entre as “zonas vigiadas” e suas periferias. O uso de drogas e medicamentos é disseminado, sendo controlado por laboratórios. Implantes cibernéticos são uma realidade, aumentando capacidades e aptidões, como a de memória, para aqueles que conseguem arcar com os custos. Religiões e grupos terroristas alimentam-se do descontentamento e das diferenças sociais. Venha acompanhar a história de Ramiro, um advogado que perdeu o prazer de viver. Depois de quase ser morto, tenta retomar a rotina profissional e dar sentido ao que restou da sua vida. Em litígio com os sócios do escritório, parte como caçador em busca de uma vingança que o acabará transformando em caça. (+SKOOB)





SOBRE O AUTOR: 


"Nasceu em 1973 e mora em Porto Alegre. É casado e pai de duas filhas. Juiz do trabalho, escreveu o seu primeiro romance à mão, em dois cadernos pautados, quando tinha 17 anos. É autor de artigos técnicos, na área do Direito, e políticos que foram publicados em livros, jornais e sites. Organizou livros de coletâneas. É colorado. Atuou como professor e é pós-graduado em Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Previdenciário. Foi Presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho do Rio Grande do Sul. Atualmente, aproveita cada segundo livre para escrever, a sua grande paixão (depois, é claro, das “suas mulheres”)." [FONTE] 



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